O Eurico do Flamengo
Na última coluna, eu prometi fazer
uma coluna extra caso fosse confirmada a saída
de Petkovic do Flamengo. Felizmente ele foi apenas afastado
por um tempo e logo estará de volta, mas eu não
posso deixar de comentar sobre mais uma atitude lamentável
do vice-presidente de futebol Marcos Braz neste incidente.
Sua intenção estapafúrdia de romper
o contrato do Pet só evidencia o quanto ele está
longe de ser o nome ideal para dirigir o futebol do Flamengo.
Um bom dirigente deve ser ponderado e agregador, e essas
duas características inexistem no perfil deste
Braz.
Antes de qualquer coisa, eu gostaria de
deixar bem claro que eu não concordo com a atitude
que o Petkovic teve ao abandonar o vestiário sem
a devida autorização. Ele cometeu um erro
e merecia mesmo algum tipo de punição ou,
no mínimo, uma advertência (como ocorreu
no final das contas). Mas definitivamente essa não
foi uma falha tão grave a ponto de quase provocar
sua saída do Flamengo. Como bem disse a nossa presidente,
foi apenas um pequeno ato de indisciplina. E desde o início
deveria ter sido tratado como tal, e não tomado
essa dimensão enorme que lamentavelmente acabou
ofuscando a grande vitória rubro-negra no Fla-Flu.
E essa grave crise no qual esse incidente
acabou se transformando é de total responsabilidade
do Marcos Braz, que mais uma vez se deixou levar pelo
seu destempero e tomou uma atitude totalmente descabida,
sem pensar no que era melhor para o Flamengo. Só
pensou no que era mais confortável para ele mesmo,
e definitivamente essa não é essa a atitude
que se espera de um dirigente competente e comprometido
com o clube que dirige. Para mim ele se mostra totalmente
despreparado para dirigir um clube da grandeza do Flamengo,
sempre que se vê numa situação difícil
acaba se descontrolando e decide fazer a coisa errada.
Neste caso específico, era bem óbvio
que o melhor caminho para o vice de futebol teria sido
esfriar a cabeça e não tomar nenhuma decisão
exacerbada no calor do vestiário. Tratar este assunto
internamente, marcar uma reunião com o Petkovic
no dia seguinte, aparar as arestas e buscar uma solução
apaziguadora, que não prejudicasse nem o dirigente,
nem o jogador e muito menos o Flamengo. Um pedido de desculpas
e talvez uma multa já resolveriam o problema sem
criar qualquer tipo de polêmica. Mas não,
o Sr. Braz preferiu ver apenas o que seria melhor para
os seus interesses como vice de futebol, afastou o jogador
através de terceiros e arrogantemente deu uma entrevista
ironizando o Pet e se gabando por ser campeão brasileiro.
Pois alguém sensato na Gávea
deveria lembra-lo que ele é a última pessoa
envolvida nesta conquista que tem moral para se autopromover
como campeão. Em primeiro vem os jogadores, em
segundo o Andrade, depois vem o restante da comissão
técnica e até mesmo o Delair Dumbrosck (que
foi o responsável pela volta do Pet). Ele tem uma
importância bem pequenina nesta conquista, afinal
90% do elenco campeão não foi montado por
ele (participou apenas das contratações
de Gil, Álvaro e Maldonado). E esse é outro
problema deste fraco dirigente: ele se afoga em sua arrogância
e prepotência, dá sempre a impressão
de se achar o “Poderoso Chefão” do
Flamengo.
Como afirmou com propriedade o comentarista
Renato Maurício Prado, em um programa de TV, nunca
se viu um dirigente do Flamengo aparecer tanto na mídia.
Só ele responde pelo futebol do clube, o Isaías
Tinoco (gerente de futebol) parece até que morreu.
Nem mesmo na época em que o Kléber Leite
ocupava este cargo apenas o vice respondia pelo futebol.
E nisso saem cada vez mais declarações lamentáveis
deste Braz, como essa última que escancarou os
privilégios de Adriano e Vagner Love, que ele bradou
com a intenção de alfinetar o Petkovic.
Mas que na verdade só serviu mesmo para botar ainda
mais lenha na fogueira da crise e denegrir a imagem do
Flamengo até no exterior.
Em muitos momentos, como nestas entrevistas
citadas acima, ele se parece muito com o Eurico Miranda.
E como ficou bem claro no que eu já disse, tem
várias características muito semelhantes
com as do ex-presidente que afundou o rival. Para o bem
do Flamengo, é bom que a presidente corte logo
as asinhas deste indivíduo. Suas atitudes totalmente
incompatíveis com as que um bom dirigente deveria
ter quase já tiraram Andrade e Petkovic do Mengão.
Ele até tem seus méritos por conseguir contratar
bons jogadores a custo zero, mas isso não invalida
o fato de ser um dirigente ruim.
Vale lembrar que na administração
de Edmundo Santos Silva o Flamengo foi Tricampeão
Carioca, Campeão da Copa Mercosul e da Copa dos
Campeões. Foram contratados craques como Gamarra,
Edílson e Petkovic, que foram decisivos nestas
conquistas. E este foi o pior dirigente da história
do Flamengo, a ponto de sofrer o único impeachment
da história de um grande clube no Brasil. E com
o Eurico no Vasco não foi diferente. Ganhou vários
títulos importantes no início, trouxe vários
craques, mas anos depois saiu pela porta dos fundos com
o time encaminhado para o rebaixamento. Não se
iludam, esse Marcos Braz não pode se perpetuar
no Flamengo, sob o risco de termos muitos outros problemas
graves no futuro!
Exemplo esclarecedor
E para quem duvida do quanto à presença
desse Marcos Braz na vice-presidência de futebol
é prejudicial ao Flamengo, leiam com atenção
a declaração abaixo do grande rubro-negro
Ricardo Perez, colunista do site Flamengo RJ, sobre o
caso Bruno Paulo:
“Sou amigo particular dos pais,
e do próprio Pedrinho Pereira (empresário
do Bruno Paulo), desde a época em que sua mãe
(Claudia) estava grávida dele. Converso com seu
tio Mario Pereira (FLAMENGUISTA ROXO) quase que diariamente
e posso garantir a todos os amigos do nosso Boteco a veracidade
dessas informações. Na tentativa da renovação
do contrato do jogador foi pedido, por um contrato de
5 anos, R$ 300 mil de luvas e um salário de R$
10 mil por mês no primeiro ano, reajustado ano a
ano em mais dez, chegando-se a 50 mil no quinto ano. Há
algum absurdo nesta proposta para um promissor atacante
da nossa base? Afinal de contas, Erick Flores ganha 20
mil e Camacho 15. E este mesmo Marcos Braz, que não
quis nem negociar sobre estes valores, na semana seguinte
contratou o GIL por 140 mil de salário e paga 220
ao Denis Marques. É esse o nosso GRANDE gerente
de futebol atualmente? É o Pedrinho quem está
pagando do próprio bolso a atual moradia do jogador
(que ganhava 800 reais mensais do Flamengo), já
que o garoto morava em uma favela em Niterói e
perdia OITO horas do seu dia (quatro pra ir e quatro pra
voltar) em transporte até o Ninho do Urubu. Após
recusar a proposta de renovação do jogador
e ridicularizar a possibilidade deste conseguir quem lhe
pagasse tal quantia, nosso gerente de futebol AFASTOU
o menino do grupo e até lhe proibiu de calçar
chuteiras para treinar, obrigando-o a ficar dando intermináveis
voltas em torno do gramado calçando tênis.
As propostas surgiram (Corinthians e Inter) e É
CLARO que o garoto se interessou, já tendo, inclusive,
um pré-contrato assinado com os “Compradores
de Títulos”. Fica a pergunta: Quem é
o vilão dessa triste (para o Flamengo) história
??? Como profissional competente que é, Pedrinho
precisa defender os interesses do seu jogador, o que não
parece estar acontecendo com os responsáveis por
defenderem os interesses do nosso clube.”
Por Daniel Marques, editor-chefe
do site Flamengo MTM