Queda de rendimento
Foi no sufoco, mas enfim o Flamengo conseguiu
entrar no G-4 do Brasileirão. E ironicamente graças
às vitórias surpreendentes de Fluminense
e Botafogo contra Cruzeiro e Internacional, respectivamente,
ambos na casa do adversário. É uma das raras
situações na história em que a vitória
de um rival pode ser comemorada. Apesar de ver seu time
alcançar a melhor posição desde o
início do campeonato, a torcida rubro-negra tem
motivos para se preocupar.
A partida contra o Santos acabou sendo muito
mais difícil do que se poderia imaginar, mas nem
tanto por méritos do adversário. No primeiro
tempo até que o Flamengo buscou tomar a iniciativa
do jogo, buscando o ataque incessantemente. Mas após
o gol de Adriano não conseguiu ter ímpeto
ofensivo para ampliar o placar, ficou só tocando
a bola de um lado para outro sem a menor objetividade.
E quase foi punido com o gol de empate, não fosse
a defesa de Bruno no primeiro pênalti batido pelo
Ganso.
Já no segundo tempo se repetiu o
que havia ocorrido em jogos anteriores: uma queda brutal
de rendimento do Flamengo, que viu o Santos crescer na
partida e passar a jogar muito mais no seu campo ofensivo.
Num momento em que o empate parecia iminente, mas um pênalti
foi marcado para o time paulista, desta vez totalmente
inexistente. Mas como pênalti roubado não
entra, mas uma vez Brunão salvou o Mengão
e impediu que escapasse a vitória que nos levaria
à zona da Libertadores.
Para mim é visível a queda
de rendimento do Flamengo nos últimos três
jogos, contra Botafogo, Barueri e Santos. Principalmente
no segundo tempo, quando parece que o rendimento físico
do time ficou totalmente comprometido, prejudicando o
poderio ofensivo e obrigando a equipe a ficar praticamente
apenas se defendendo. Só no jogo contra o Barueri,
devido à derrota no primeiro tempo, o Flamengo
teve que sair desesperadamente para o ataque para buscar
a virada. E quase levou uma goleada, além de não
criar sequer uma chance de gol.
O Bruno foi disparado o melhor jogador em
campo nesses três jogos, e, mesmo sem querer tirar
o mérito dele neste fato, quando o goleiro acaba
sendo seguidamente o grande destaque das partidas é
um sinal de que alguma coisa não vai bem no seu
time. Talvez a melhor explicação para essa
queda nas atuações seja a “maratona”
neste período. Foram três jogos disputados
em apenas sete dias. Nestas circunstâncias não
há tempo para fazer uma preparação
adequada, só é possível descansar
e já partir para o jogo seguinte. É nessas
horas que talvez faça falta ter um elenco mais
qualificado, com boas opções no banco que
possam entrar no time quando os titulares estiverem cansados.
Mas como esperar isso de jogadores como Fierro, Gil e
Denis Marques?
Mas agora nem mesmo esses fatores servirão
como justificativa para novos tropeços. Todas as
cinco rodadas finais serão disputadas nos finais
de semana, possibilitando sempre ao menos cinco dias para
treinar e se preparar bem para o jogo seguinte. As chances
de título ficaram bem reduzidas após a derrota
para o Barueri, devido à necessidade de vencer
todos os jogos e ainda contar com tropeços de Palmeiras
e São Paulo. Mas a vaga na Copa Libertadores de
2010 agora só depende do próprio Flamengo
fazer a sua parte, não precisamos mais de nenhum
outro resultado para se manter no G-4.
O jogo de domingo contra o Atlético-MG
é muito mais que um jogo de seis pontos, é
o jogo mais importante do ano. Uma vitória poderá
até recolocar o Flamengo na briga pelo título,
já o empate provavelmente será apenas o
suficiente para nos manter no G-4. A derrota não
só acabaria de vez com as chances do hexa, como
também complicaria bastante a possibilidade de
vaga na Libertadores. Com certeza será um jogão,
em um Mineirão totalmente lotado, e dessa vez o
Mengão vai ter que voltar a jogar muita bola se
não quiser sair de campo derrotado!
Por Daniel Marques, editor-chefe
do site Flamengo MTM