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Hora de ousar fora

Ao contrário de muitos rubro-negros que já entraram num clima de oba-oba, talvez até compreensível neste momento, eu não vou exaltar demais a vitória sobre o Fluminense. Era aquele típico jogo em que os três pontos eram obrigação, ainda mais para um time que deseja ser postulante a uma vaga no G-4. Antes mesmo do jogo começar já era previsível uma vitória do Flamengo, não apenas pela grande distância de pontos e posições entre os times na tabela, mas também pela grande diferença de qualidade.

O Fluminense está praticamente condenado ao rebaixamento, tem um time muito fraco, que até teve oportunidades de sair vencendo no primeiro tempo, mas definitivamente não tem capacidade técnica o suficiente para superar qualquer adversário que esteja na metade de cima da tabela. Teve até mais oportunidades de gol na primeira etapa, devido à apatia do time rubro-negro e a atuação desastrosa de Denis Marques. Mas foi só o Andrade mexer corretamente no intervalo que o Flamengo pôde crescer na etapa final e enfim impor seu maior volume de jogo, chegando à vitória com mais um show do Imperador.

A fase é muito boa, com seis jogos de invencibilidade e sem sofrer gols. Mas à distância para o G-4 ainda é de quatro pontos, e a partir de agora o Flamengo só jogará mais quatro jogos no Maracanã até o fim do campeonato, sendo dois deles nas últimas três rodadas. Ou seja, nas próximas oito rodadas teremos uma grande sequência de jogos fora da casa. A vaga na Libertadores ainda está distante, então definitivamente este não é o momento para se criar um clima de euforia pelos bons resultados.

Este é o momento em que o Flamengo vai definir se realmente tem condições de transformar essa boa fase em uma nova arrancada histórica rumo ao G-4. Vencer apenas os jogos no Maracanã não será o suficiente, como foi em 2007. A postura do time em campo adversário tem que mudar. O Andrade não pode se acovardar e mudar o esquema de maneira defensiva como fez nos dois últimos empates de 0 a 0 contra Atlético-PR e Internacional. O time não pode abrir mão da ofensividade em busca da vitória, neste momento não dá para escolher local ou adversário, tem que vencer a qualquer custo.

Dos próximos cinco jogos, quatro serão fora de casa: Vitória, Palmeiras, Botafogo (no Engenhão) e Barueri. Acredito que serão necessárias pelo menos duas vitórias nestes jogos sem mando de campo para o Flamengo seguir na briga por vaga na Libertadores. Além, é claro, de fazer o dever de casa contra o São Paulo. Repetir o feito de 2007 é uma missão extremamente complicada, diante de uma tabela pouco favorável e sem o Adriano nos próximos dois jogos, mas para chegar lá tem que ter ambição. Empate fora de casa NÃO é um bom resultado. Como diz o hino, é vencer, vencer, vencer!

Desempenho fora

Só para ajudar a entender como é fundamental essa mudança de postura fora de casa, vale observar o retrospecto do Flamengo sob o comando do Andrade sem o mando de campo: em seis jogos, apenas uma vitória, dois empates e três derrotas, com um pífio aproveitamento de 27,7 %. E essa única vitória foi logo na sua reestréia como técnico, contra o Santos na Vila Belmiro. Atualmente já são cinco jogos seguidos sem vitória atuando fora de casa. Ou muda essa situação, ou é adeus Libertadores de 2010...

Por Daniel Marques, editor-chefe do site Flamengo MTM


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