Um craque chamado Geraldo
Alô Torcida do Flamengo aquele abraço!
Saudações Rubro-negras! Se você nasceu
de 1970 em diante, provavelmente não sabe quem
foi Geraldo Cleofas Dias Alves. Com o nome inteiro já
fica difícil, dizendo apenas Geraldo não
facilita muito. Tanto que não há muitos
registros sobre ele na Internet. Mas a história
poderia ser bem diferente se Geraldo não tivesse
morrido de parada cardíaca durante uma cirurgia
de extração de amídalas no dia 26
de agosto de 1976, quando tinha apenas 22 anos.
Ele era driblador e dono de um futebol moleque.
Com a bola nos pés enchia os olhos daqueles que
tiveram o privilégio (eu tive) de vê-lo jogar.
De bem com a vida estava sempre assobiando pelos cantos,
dessa forma, ganhou o apelido de assobiador. Geraldo era
natural da cidade de Barão dos Cocais, interior
de Minas Gerais. Na categoria juvenil tornou-se amigo
de Zico e dentro de campo os dois formaram uma dupla infernal.
As tabelas saiam com facilidade e os gols eram conseqüência
desse entrosamento.
No início da década de 70
já se dizia que, nas divisões de base do
Flamengo havia dois grandes talentos promissores: Zico
e Geraldo. Em 1972, Zico era titular na conquista do Estadual,
mas seu companheiro por seu comportamento descomprometido
não vingava. Em 1973 a situação melhorou
e Geraldo atuou vários jogos na temporada. Em 1974
já era titular vestindo o Manto Sagrado. Dono de
um grande futebol não demorou a ficar conhecido
além das fronteiras da Gávea.
Em 1975 foi convocado pelo técnico
Oswaldo Brandão para integrar a Seleção
Brasileira que disputou a Copa América. Atuou como
titular nos dois jogos contra o Peru. No ano de 76, Geraldo
já era um craque incontestável com a camisa
do Flamengo sendo inclusive cogitado para a Copa do Mundo
de 78 que seria realizado na Argentina.
Contudo, quis o destino que nosso craque
fosse embora mais cedo. Geraldo morreu na mesa de cirurgia
após choque anafilático que provocou uma
parada cardíaca. Tristeza sem fim para a nação.
Pior para o mundo do futebol que perdeu um grande craque
que estava apenas começando.
Por Antonio Meninéa, radialista
e cronista esportivo