Maracanazzo Rubro-Negro
Alô torcida do Flamengo aquele abraço!
Saudações Rubro-Negras! Dando continuidade
as derrotas que infelizmente fazem parte de nossa história,
convido o amigo leitor a fazer um passeio pelo ano de
1975. Neste ano a CBD convidou nada mais nada menos que
42 clubes para a disputa do campeonato nacional, dois
a mais que em 74. A grande novidade deste ano de 75 era
que uma vitória por dois gols ou mais significava
três pontos.
O Flamengo não tinha aquele timaço,
porém, tinha craques como Zico e Júnior
em processo de amadurecimento, o raçudo Rodrigues
Neto e o nosso matador Doval em plena forma. Aliás,
este último foi o meu primeiro grande ídolo
Rubro-Negro. O Flamengo fez um belo campeonato chegando
até a terceira fase. Nesta fase jogavam todos contra
todos dentro do próprio grupo e os dois primeiros
passavam a semifinal. Tudo era alegria, pois, estávamos
a um empate de nossa primeira semifinal bastava empatar
com o Santa Cruz no maior do mundo.
No dia 04 de dezembro de 1975 (uma 5ª
feira) Flamengo e Santa Cruz entravam em campo para decidir
quem iria ficar entre os quatro melhores do Brasil. Setenta
e quatro mil Rubro-Negros vibravam no Maracanã
e lá estava eu pequenino levado pelo meu irmão.
Euforia total o mais querido tava chegando e mostrando
a sua garra. Pela primeira vez o Mengão estava
chegando. Só que não avisaram o Santa Cruz.
A equipe do Flamengo no primeiro tempo já
teve dificuldades em parar o Santa, perdia por um a zero
quando Zico de pênalti empatou. Givanildo jogando
o fino da bola e Ramon (que depois iria para o Vasco)
estavam em grande fase e a zaga Flamenguista não
conseguia segurar os craques do Santa Cruz. Veio o segundo
tempo e esperávamos cheio de esperança que
o Mengão superasse o Santinha, porém, foi
o Santa Cruz que atropelou o Flamengo vencendo por 3 x
1 em pleno Maracanã lotado, fecharam o placar Ramon
e Volnei.
Muita tristeza no Rio de janeiro e no Brasil.
Após o encerramento da peleja “um silêncio
ensurdecedor tomou conta do Maracanã” plagiando
o Grande mestre Nelson Rodrigues. Deixamos escapar nossa
classificação em casa e bastava o empate.
Só precisávamos do empate! Perdemos para
um timaço que em seguida foi eliminado pelo Cruzeiro
de Palhinha e Cia. Dessa forma, pela primeira vez pude
descobrir o real sentido de um “Maracanazzo Rubro-Negro”.
Por Antonio Meninéa, radialista
e cronista esportivo