Presente de grego
Alô torcida do Flamengo aquele abraço!
Saudações Rubro-Negras! A vida não
é feita só de vitórias. Mas o duro
mesmo é quando a derrota acontece no calor das
disputas de pênalti. Pior e terrível, quando
a derrota é para seu arqui-rival e quem perdeu
o pênalti foi o maior ídolo do clube.
No dia 13 de junho, dia de Santo Antônio
(um dia após meu aniversário) Flamengo e
o Bacalhau entravam em campo para decidir quem seria o
campeão da taça GB de 1976. Para não
desmentir a velha expressão “clássico
dos milhões” o Mário Filho recebia
nada mais nada menos que 130.000 pessoas. E lógico
lá estava eu, acredite se quiser sentado entre
um degrau e outro. É verdade nem sentado decentemente
eu estava, pois, assisti ao jogo praticamente deitado
entre os degraus de cimento que já não existem
mais. Não havia lugar para uma mosca.
Naquele tempo se bebia o famoso mate/limão
e em seguida começavam os arremessos de copinhos
nas cabeças a baixo. Como sofri neste dia! Mas
tudo bem era pra ver o mengão do nosso coração
ser campeão. Jogo emocionante como manda o figurino.
De um lado Roberto estalinho (Ah! Ah!) do outro Zicão.
No tempo regulamentar 1 x 1, marcaram Roberto Dinamite
e Geraldo. Na prorrogação línguas
de fora sem gols. Decisão nos pênaltis e
haja unha pra roer.
O Flamengo chegou aos 4 x 3. Se o Galinho
converte-se a próxima cobrança seria só
alegria. Tava no papo. Zicão não perdia
pênaltis. Perdeu! Como entender a defesa do goleiro
Mazaropi? Como? Nossa torcida que fazia festa calou, pois,
em seguida o miserável (no bom sentido) do Roberto
empatou. Tudo bem agora era só o nosso outro craque
que jogava no meio de campo marcar e a gente secar a próxima
cobrança deles. Nosso craque Geraldo também
perdeu. Voltamos a ficar mudos. Em seguida um menino chamado
Luís Augusto deslocou nosso goleiro Cantarelli
fazendo a alegria do bacalhau.
É claro que fiquei muito triste,
eu o Zico e a torcida do Flamengo. Presente de grego um
dia após meu aniversário? O que me intriga
até hoje (33 anos depois) é a razão
de eu ter recebido este presente de grego de Santo Antônio.
Por Antonio Meninéa, radialista
e cronista esportivo