Dida, o injustiçado
Alô torcida do Flamengo aquele abraço!
Saudações Rubro-Negras! Em 1958 na Suécia
a seleção brasileira disputava sua sexta
copa do mundo. Nesta época o Flamengo tinha um
ataque destruidor: Joel, Moacir, Henrique, Dida e Zagallo.
Exceto Henrique, os outros quatro foram convocados para
a seleção. Pois é, o ataque do Mengão
era titular absoluto no início da copa da Suécia.
Joel o maior ponta direita da história
Rubro-Negra jogou as duas primeiras partidas e acabou
perdendo a vaga para ninguém menos que Garrincha.
E quem barraria Garrincha? Zagallo era absoluto na ponta
esquerda, necessário para o esquema da seleção.
Moacir era um jovem talentoso na reserva de Didi. Dida
foi o nosso grande craque antes da era Zico e o segundo
maior artilheiro do Mengão.
Dida jogou a primeira partida contra a Áustria
e o Brasil venceu pelo placar de 3 x 0. Antes do início
do segundo jogo contra a Inglaterra Dida foi barrado pelo
técnico Feola, cedendo seu lugar para Vavá.
Depois deste acontecimento Dida não jogou mais,
pois, assumiu como titular um jovem chamado Pelé
(precisa falar algo mais?). Dida chegou absoluto na Copa
de 1958. Pelé ainda não era aquele Rei Pelé,
mas despontou a partir daí, não dando qualquer
chance para nosso craque ou qualquer outro.
O Brasil foi campeão mundial e todos
estavam felizes. Porém o craque Dida ao retornar
a nossa pátria não escondeu de ninguém
a sua mágoa. Espalharam a notícia de que
Dida era canelinha de vidro, medroso e que não
entrava em uma dividida e que tal fato havia ficado claro
no jogo contra a Áustria. Pois é, Dida tremeu
mesmo vencendo por 3 x 0, estranho? Eis a luz da verdade!
No jogo de estréia contra a Áustria Dida
entrou em campo no sacrifício, usando uma bota
de esparadrapo no pé direito. De tanto se movimentar
e abrir espaços, Dida sentiu muitas dores sendo
obrigado a ficar mais parado em campo.
O Brasil goleou e a recompensa pelo esforço
do nosso craque foi o afastamento e a mentira que alguns
maldosos e invejosos inventaram. Isso mesmo inventaram
uma mentira para justificar uma grande injustiça.
Para que não se questione nunca mais esta verdade
temos o depoimento do mestre Didi em entrevista publicada
na Manchete esportiva logo depois do Mundial, dizendo
que “Dida foi importantíssimo na primeira
partida se movimentando o tempo que foi preciso mesmo
no sacrifício, ajudando a abrir o ferrolho Austríaco”.
Parece que queriam mesmo era sacar Dida
da equipe. Não se questiona aqui a titularidade
de Pelé, como questionar? O que se quer é
divulgar a verdadeira história que magoou nosso
grande craque.
Por Antonio Meninéa, radialista
e cronista esportivo