O primeiro Brasileirão a gente não
esquece
Alô torcida do Flamengo aquele abraço!
Saudações Rubro-Negras! Em especial para
o leitor amigo "Francisco da Silva" que acompanha
semanalmente esta coluna. Dizem que o primeiro sutiã
nunca se esquece. A primeira conquista do Brasileirão
também não. No dia primeiro de junho de
1980, Flamengo e Atlético-MG entravam em campo
em pleno Maracanã para decidir quem seria o campeão
brasileiro. Não pude estar presente neste jogo
de nossas vidas. Se arrependimento matasse! Tudo bem ao
final do dia passei na gávea para comemorar.
Para o Flamengo este seria (e foi) um título
inédito e a possibilidade de ficarmos ao lado do
bacalhau que no grito levou o título de 1974. No
primeiro duelo em BH vitória Atleticana 1 x 0.
Éder Aleixo ainda tirou Rondinelli (o Deus da raça)
das finais com uma cotovelada violenta. Ao galo mineiro
bastava o empate ao Mengão só a vitória.
Com os dois melhores do Brasil dentro das quatro linhas
só poderíamos ter um grande espetáculo.
Maracanã lotado e colorido de preto e vermelho.
O Brasil parou para ver a decisão.
O Flamengo entrou em campo com o sangue fervendo. Aos
7 minutos Nunes abriu o placar, 1 x 0. Mal acabamos de
comemorar e Reinaldo, um dos melhores centroavantes que
vi jogar empatou mesmo jogando no sacrifício. O
jogo era eletrizante e proibido para cardíaco.
A peleja seguia equilibrada, mas aos 44 minutos Zico aproveitou
uma sobra da zaga mineira e fez 2 x 1 para o Rubro-Negro
carioca.
Veio o segundo tempo e a partida continuava
lá e cá. O atacante Reinaldo se arrastava
em campo com um estiramento e parecia que não voltaria
a incomodar. Eu disse parecia. Quando menos se esperava
ele aproveitou um vacilo da zaga empatou aos 20 minutos
finais, 2 x 2. Este resultado dava o título ao
galo mineiro. Após o empate como diria o saudoso
Nelson Rodrigues “foi um silêncio ensurdecedor”.
Não demorou e nossa torcida começou a empurrar
o time ao ataque. O Atlético batia muito. O Mengão
não se intimidava e revidava a altura.
O jogo caminhava para o final até
que aos 38 minutos Nunes recebeu pelo lado esquerdo do
ataque rubro-negro e tentou cruzar, a bola bateu em Silvestre
e voltou para ele que driblou o mesmo Silvestre, invadiu
a área e fuzilou o arqueiro João Leite,
3 x 2. Conquistamos o Brasil e deixamos de ser caseiros.
O Rio de janeiro e o Brasil explodiam de alegria. O mundo
era vermelho e preto. Tudo era só alegria. Na rádio
globo o também saudoso Mário Vianna dizia
"goool legaal!!!" Depois disso o dia foi só
carnaval.
Por Antonio Meninéa, radialista
e cronista esportivo