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A grande odisséia

Saudações Rubro-Negras! Em 1978 o Flamengo já contava com uma base de sucesso. Zico o galinho de Quintino e Júnior capacete eram as peças mais importantes desta engrenagem transmitindo serenidade e esbanjando categoria. Jogavam o fino da bola. Subiram da base os meninos Leandro, Andrade, Rondinelli, Adílio, Tita e Júlio Cesar, mais conhecido como “o entortador” (até hoje não vi ninguém fazer o que este último fazia dentro de campo). Destes meninos alguns se tornariam bons de bola, outros seriam verdadeiros craques.

Para fechar com chave de ouro esta base que seria a mais vitoriosa da história Rubro-Negra, chegaram Raul Plassmann, Claudio Adão e Paulo Cesar Carpegiani. Aliás, Carpegiani era considerado acabado para o futebol. Ah! Ah! Analisando este elenco e outros jogadores que mais tarde seriam incorporados, posso afirmar categoricamente que uma Libertadores e um Mundial foi pouco. Porém, não bastava ter grandes jogadores, era necessário mostrar a cara.

A odisséia rumo aos nossos melhores anos teve como marco inicial o dia 03/12/1978 e lá estava eu na arquibancada de cimento levando meu apoio ao Mengão. Flamengo e nosso arqui-rival Vasco decidiam o segundo turno do carioca. O empate dava ao bacalhau o título do segundo turno. Já o Flamengo tinha que vencer para liquidar de vez com o campeonato, pois, já havíamos vencido a taça Guanabara.

O Vasco tinha um forte esquema montado Pelo técnico Orlando Fantoni e craques de sobra como Roberto Dinamite, Guina, Ramón, e o goleiro Leão. O jogo foi eletrizante com várias oportunidades de gol para os dois lados. No segundo tempo o Flamengo partiu com tudo e o Vasco resolveu segurar o empate. Leão pegava até pensamento e o gol não saia.

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Aos 38 minutos Zico cobrou escanteio e Rondinelli (o Deus da raça) correu por trás da forte defesa vascaína (com Abel, Orlando Lelé) acertando uma cabeçada violenta e indefensável. Era o gol do título! Zico e Guina trocaram carinhos e foram expulsos. Por ironia do destino coube ao acabadinho Paulo Cesar Carpegiani erguer a taça de campeão dando início a nossa grande odisséia.

Por Antonio Meninéa, radialista e cronista esportivo


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