Cristóvão busca recuperação
e calmaria no Fla-Flu
São pouco mais de cinco meses no comando
do Fluminense. No Brasileirão, uma campanha com 53%
de aproveitamento, altos e baixos, mas com o time sempre
muito perto do G-4 ou dentro dele. Mas Cristóvão
Borges não vive de calmaria nas Laranjeiras. No período
à frente do time, acumula duas eliminações,
na Copa do Brasil e na Sul-Americana, e, vira e mexe, é
questionado.
Também sofreu algumas derrotas que
colocam em xeque um trabalho que vinha sendo muito elogiado.
A queda na Copa do Brasil se deu com um revés histórico
diante do América-RN, no Maracanã, por 5 a
2. Na última quarta-feira, a derrota de virada para
o Vitória, por 3 a 1, em Salvador, não chegou
a deixá-lo ameaçado, mas ele e o vice de futebol
Mário Bittencourt tiveram de voltar a responder sobre
o tema demissão.
Neste domingo, Cristóvão comanda
o Fluminense contra o Flamengo, às 16h (de Brasília),
no Maracanã, pela 23ª rodada do Brasileirão.
Chega ao clássico ainda prestigiado, mas ciente de
que um resultado negativo aumentaria os questionamentos
sobre seu trabalho. Por outro lado, se defende e ressalta
que o clube passa por um momento de limitações
financeiras.
- Há três anos sou adversário
do Fluminense. Conhecia bem o time. Joguei muito tempo contra.
Na época que fui convidado para vir, havia recebido
uma proposta muito mais vantajosa, mas preferi vir pra cá.
Por conta desse elenco, apostei que meu trabalho poderia
dar certo. Com as dificuldades que o clube atravessa, que
não são as mesmas de quando eu enfrentei,
isso dificulta. Todos têm essa consciência.
O que nós conseguimos até agora é acima
de expectativa - disse.
O vice de futebol Mário Bittencourt
tem dado respaldo ao trabalho de Cristóvão
e garante o treinador até o fim de seu contrato,
em 31 de dezembro.
- Não vai acontecer no Fluminense (demissão).
Ele fica. Analisa os últimos cinco anos do Fluminense.
Em 2009, tivemos quatro treinadores, quase caímos.
Em 2010, um treinador e fomos campeões (do Brasileiro,
com Muricy Ramalho). Em 2011, três treinadores até
chegar o Abel e ficamos em terceiro. Em 2012, fomos campeões
do Carioca e do Brasileiro (com Abel Braga). Ano passado,
tivemos várias mudanças e caímos. Eu
olho para trás e para frente. Poderia fazer o clichê
do dirigente de futebol, jogar na conta dele. Ele assume
as responsabilidades dele. O ano é de dificuldades
e ele sabe disso - afirmou, completando:
- Não conseguimos fazer algumas coisas
para municiá-lo também. Temos que dar apoio.
Dentro das dificuldades, com tudo que tem acontecido no
futebol brasileiro, estamos na parte de cima da tabela.
É um treinador que entendemos que vem fazendo um
bom trabalho diante de todas as dificuldades. Tivemos um
momento muito pior, a derrota para o América-RN.
Foi triste, catastrófica, humilhante. Depois, levantamos
a cabeça e continuamos na parte de cima. O Cristóvão
está absolutamente tranquilo, trabalhando, conhece
minha maneira e do Paulo (Angioni, diretor de futebol) -
comentou o dirigente.
Em 29 jogos à frente do Fluminense,
Cristóvão Borges conquistou 14 vitórias.
Foram cinco empates e 10 derrotas. O time marcou 54 gols
e sofreu 35. O aproveitamento é de 54,02%.
O Fla-Flu deste domingo será o terceiro
clássico dele no comando do Fluminense. Até
aqui, dois jogos, uma vitória e uma derrota. Venceu
o Flamengo, por 2 a 0, em 11 de maio, e foi derrotado pelo
Botafogo, pelo mesmo placar, em 17 de agosto.
- Representa muita coisa. Uma vitória
num clássico como esse nós sabemos o quanto
vale, o quanto pesa. Vamos tentar nos redimir em questão
de atuação, de confiança. Podemos conquistar
muita confiança e retomar o caminho das vitórias.
Com 35 pontos, o Fluminense é o sexto
na tabela e tenta voltar ao G-4. O Flamengo, em 10º,
tem 29.
Fonte: Globo
Esporte