Fluminense supera violência
e despacha o Alianza Atlético
Foi mais suada do se esperava. Na verdade,
bem mais dolorida do que se poderia imaginar. O Fluminense
superou a violência do Alianza Atlético, do
Peru, e goleou por 4 a 1 na noite desta quinta-feira, no
Maracanã, garantindo classificação
às quartas de final da Copa Sul-Americana (assista
aos gols no vídeo ao lado). Conca, Alan e Adeílson,
este último duas vezes, marcaram e ainda garantiram
ao Tricolor a segunda vitória consecutiva depois
de mais de seis meses. Valverde, de pênalti, fez para
o adversário.
A vitória, se não foi convincente,
foi suficiente para inflamar o torcedor. Apesar de não
ter ido em grande público - pouco mais de dez mil
pessoas compareceram ao estádio -, os tricolores
não fizeram questão de conter a euforia e
provocaram o arquirrival Flamengo. Numa prévia do
Fla-Flu de domingo, às 18h30m (de Brasília),
pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, ouviu-se
no Maracanã o grito de “Ô Urubu, pode
esperar, a sua hora vai chegar”.
Na próxima fase da Sul-Americana, o
Fluminense encara o Universidad de Chile, que eliminou o
Internacional, atual campeão da competição.
As datas e ordem do confronto ainda não foram confirmadas
pela Conmebol.
Um jogo típico dos primórdios
das competições sul-americanas, com a violência
rolando solta e um árbitro condescendente. Este foi
o retrato do primeiro tempo. Se os donos da casa acreditavam
que garantiriam tranquilamente, na base da técnica,
a vaga nas quartas de final, bastou o apito inicial para
o time peruano deixar claro que teria na força física
a sua principal arma no Maracanã.
O Fluminense até começou a
partida dando a entender que saberia usar o descontrole
do rival a seu favor, e logo na primeira falta quase abriu
o placar. Aos dois minutos, Conca levantou na área,
Digão escorou, e Luiz Alberto emendou de primeira
na pequena área. A bola passou rente à trave.
No minuto seguinte, o argentino por pouco não fez
o primeiro em cobrança direta, que Carlos Laura espalmou
a escanteio.
O susto deixou desesperado o Alianza, que
passou a bater ainda mais, sempre com o “aval”
do árbitro argentino Sérgio Pezzotta. No ataque,
no entanto, a atuação dos visitantes era até
certo ponto constrangedora. No primeiro chute a gol, Maraude
recebeu passe pouco depois do meio-campo e soltou um chute
patético, que sequer chegou ao gol de Rafael.
O Tricolor chegou com perigo novamente aos
13. Diguinho deixou Kieza na cara do gol, e o atacante tocou
na saída de Laura. A torcida chegou a vibrar, mas
a bola caprichosamente tirou tinta da trave. Apesar das
pancadas, o Flu não sofria risco, até que
Fabinho, infantilmente, colocou a mão na bola dentro
da área, aos 15, e presenteou o rival com um pênalti.
Valverde cobrou no meio do gol, abriu o placar
e foi provocar a torcida carioca. Os jogadores tricolores
não gostaram nada da atitude, foram tirar satisfação
e por pouco não teve início uma briga generalizada.
Nervoso, o Fluminense passou a errar passes na medida em
que apanhava ao tentar atacar.
No lance mais gritante, Espinosa fez falta
grosseira em Kieza, que deixou o gramado com suspeita de
fratura no tornozelo, e sequer recebeu cartão - o
atacante tricolor está fora do Fla-Flu. Sem muita
opção, o Tricolor encarava a violência
peruana e quase igualou o marcador com Alan, de bicicleta,
aos 33.
E de tanto bater, o Alianza foi castigado.
Aos 40, Ismael Márquez passou o sarrafo em Alan na
entrada da área. Assim como na primeira partida,
em Piura, Conca assumiu a cobrança e acertou o ângulo
esquerdo de Laura. Três minutos depois, finalmente
pintou o cartão vermelho, e em dose dupla. Valverde
e Luiz Alberto se desentenderam e foram mais cedo para o
vestiário. Foi o último ato de um primeiro
tempo onde a luta livre substituiu o futebol.
Na volta para o segundo, houve ao menos 15
minutos de futebol. Aos quatro, Peixoto cruzou a bola na
área, e Maraude cabeceou firme. Rafael voou e fez
a defesa. Foi o único lance de perigo dos peruanos,
que seguraram como puderam a pressão do Fluminense.
Aos 13 minutos, no entanto, não teve jeito.
Diguinho deu excelente passe para Alan, nas
costas de zaga. Veloz, o atacante deixou o goleiro Laura
para trás e tocou para o gol vazio: 2 a 1 no marcador
e um novo xodó consagrado pela torcida tricolor.
Após os gritos em homenagem ao atacante, começava
a provocação ao Flamengo: “Ô Urubu,
pode esperar, a sua hora vai chegar”.
Em desvantagem, o Alianza voltou a abrir a
caixa de ferramentas. Aos 16, Mori fez falta dura em Conca
e foi expulso. Três minutos depois, Farfán
teve o mesmo destino, após derrubar Marquinho na
intermediária. Com dois a mais, o Fluminense passou
a tocar a bola com velocidade, e assim ampliou aos 24. Diante
da exposta zaga peruana, Adeílson tabelou com Conca
e soltou a bomba para fazer o terceiro.
Sem forças nem para bater mais, a equipe
peruana se mostrou entregue à espera do apito final.
Com gás, o time carioca seguia no embalo de Conca
e da dupla de ataque. Aos 29, o argentino deixou Alan livre
para marcar, mas ele chutou em cima de Laura. Quatro minutos,
porém, o golpe final. Jogada ensaiada em cobrança
de falta: Marquinho bateu cruzado, e Adeílson empurrou
para o fundo das redes, completando a festa do torcedor,
que conta os minutos para o Fla-Flu. Dentro de campo, os
jogadores do Flu fizeram questão de, assim como na
vitória sobre o Avaí, se aproximarem das arquibancadas
para aplaudir aqueles que estiveram no Maracanã para
apoiá-los.
Fonte: Globo
Esporte