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De volta à realidade

A ilusão acabou, meus amigos rubro-negros. Depois de tanto sonharmos com o Hepta, e do time do Luxa nos dar a esperança de que esse sonho era possível, a humilde equipe do Atlético-GO tratou de nos colocar na real. A humilhante goleada goiana no Engenhão, fora o baile, expôs de vez as limitações do elenco do Flamengo e a dependência do time nos seus principais jogadores, especialmente Ronaldinho Gaúcho. Limitações estas que impedem o Flamengo de brigar pelo título. E não pensem que eu chego a essa conclusão apenas pelo fracasso retumbante no jogo da última quinta-feira. Esse vexame já vinha se alinhavando desde aquela vitória suada contra o Coritiba.

A queda de rendimento da equipe desde então é evidente. Os laterais Léo Moura e Junior Cesar, que vinham muito bem, hoje estão numa fase terrível, erram praticamente tudo o que tentam. Os volantes Aírton e Willians também caíram muito de produção nos últimos dois jogos. O argentino Bottinelli, que sempre entrava bem no time, agora coleciona atuações desastrosas. O Thiago Neves, sejamos justos, já vem mal até a mais tempo, desde que foi convocado para a Seleção não é mais o mesmo do Campeonato Carioca. E até o sempre seguro goleiro Felipe agora resolveu “caçar borboletas” em toda bola cruzada na área.

A verdade é que só estamos no G-4 graças à subida gigantesca de produção do Ronaldinho Gaúcho neste Campeonato Brasileiro. Isso motivou e deu confiança ao time, a ponto de até Deivid conseguir fazer vários gols, na maioria das vezes graças a jogadas do R10. Mas a justa consequência disso é sua volta à Seleção, e agora ele desfalcará o time em mais alguns jogos graças às convocações de Mano Menezes até o fim do ano. E nesses jogos deverão ficar para trás pontos preciosos que o time precisaria para ser campeão. Sem Ronaldinho esse time do Flamengo é comuníssimo, e com poucas opções boas no banco.

Certo mesmo está o grande jornalista e historiador Roberto Assaf, rubro-negro das antigas, profundo conhecedor de Flamengo. Foi extremamente criticado ao afirmar no diário Lance! que os favoritos ao título são Corinthians, São Paulo e Vasco, ignorando o já vice-líder Flamengo. Só discordo dele quanto ao São Paulo, que tropeça demais em casa e tem um time ainda em formação. Mas está certíssimo ao colocar Corinthians e Vasco como os favoritos. Ambos tem elencos superiores ao do Flamengo, times mais organizados e menos dependentes dos seus principais jogadores. E digo mais: hoje, Tite e Ricardo Gomes são técnicos superiores a Vanderlei Luxemburgo.

E para justificar sua opinião, Assaf publicou um vídeo afirmando que o oba-oba da torcida rubro-negra e da imprensa carioca ainda derrubaria o Flamengo. Correto mais uma vez, soltamos muito confete para uma boa campanha num momento do campeonato em que não se decide nada. Todos os anos não faltam cavalos paraguaios que começam lá em cima na tabela e no final não terminam nem no G-4. Temo muito que o Flamengo possa ser um deles em 2011, junto com Palmeiras, Botafogo e, talvez, o São Paulo.

Acredito que todo rubro-negro sensato (coisa rara) já deve ter caído na real, e neste momento está mais preocupado em olhar para a pontuação do quinto ou sexto colocado do que para a pontuação do líder. O Flamengo não vai ser Hepta em 2011, não temos nem time e nem elenco para isso, algo que ficará bem claro agora que lesões de titulares importantes começaram a acontecer. Temos é que nos preocupar em terminar entre os classificados para a Copa Libertadores 2012, provavelmente entre os cinco primeiros (graças à presença do Vasco entre os quatro). E torcer para que times mais qualificados que ficaram para trás, como Internacional e Fluminense, não reajam no segundo turno.

Eu sei que a maioria esmagadora dos rubro-negros vão me achar uma besta pessimista e agourenta... Mas mesmo sem ter tantos anos de Flamengo como o Assaf, eu já adquiri determinada experiência para enxergar até onde meu time pode realmente chegar, deixando o coração de lado e analisando com a cabeça. Minha fase “oba-oba” se foi de vez após todas as brigas contra o rebaixamento e as porradas de Santo Andrés e Américas do México da vida. Tive uma recaída por um tempo, admito, mas eis que surgiram quatro baforadas de fogo do Dragão para me recolocar no mundo real. Se você está entre os 99% de rubro-negros que ainda não aprenderam, só lamento.

Por Daniel Marques, editor-chefe do site Flamengo MTM


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