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Mudança de realidade

06 de Dezembro de 2009. Uma cabeçada certeira de Ronaldo Angelim acabava com o jejum de 17 anos do Flamengo sem conquistar o Campeonato Brasileiro, e sacramentava uma sequência de títulos que começara em 2006, com o título da Copa do Brasil. A maior sequência desde as conquistas históricas da antiga “Era Zico”. Motivo de sobra para a torcida rubro-negra voltar a acreditar que o Flamengo voltou a ser um dos clubes mais fortes do futebol brasileiro, certo? Pois menos de um ano depois a ameaça de rebaixamento volta a rondar à Gávea.

Tem coisas no futebol que são muito difíceis de se explicar ou de se entender. O ano de 2010 começo cheio de expectativas no Flamengo. Foi mantido 90% do elenco campeão brasileiro, e com a chegada de Vagner Love passamos a ter o melhor ataque do futebol brasileiro. Mas a incapacidade de derrotar o antes freguês Botafogo nos tirou a chance de conquistar o Tetra Estadual, e os problemas dentro e fora de campo minaram o sonho de conquistar o Bi da América. Restou apenas a chance de repetir 2009 e conquistar novamente o Brasil. Mas tudo continua a dar errado, e o atual campeão brasileiro a cada rodada vai se tornando mais candidato ao rebaixamento.

O Flamengo venceu apenas 1 dos últimos nove jogos disputados, e só conseguiu marcar míseros três gols. Neste mesmo período, apenas o lanterna Goiás tem uma campanha pior que a do time rubro-negro. E nem mesmo as chegadas de Silas, Deivid e Diogo me dão certeza de que a reação virá. Nos últimos jogos ficou bem claro que os problemas do Flamengo vão além da falta de técnico e de atacantes de qualidade. Os veteranos Renato e Petkovic não conseguem dar a dinâmica necessária ao meio-campo, e tampouco conseguem criar boas jogadas para os atacantes.

Como sempre disse o amigo Emerson Maia, seria necessário à contratação de mais um meia. Porém com a janela do exterior fechada, só restam como opções de contratação jogadores da Série B ou encostados em times da Série A. E dificilmente o Flamengo encontrará nesse tipo de jogador a solução para a falta de criatividade e dinâmica no meio-campo. E com opções de elenco como Vinícius Pacheco, Camacho, Saba e Michael fica muito difícil afastar Pet e Renato do time para aprimorarem a forma física. Ruim com eles, pior ainda sem eles...

Outro problema sério é a arrumação tática do time. Contra o Cruzeiro, Silas deu mais liberdade para os laterais avançarem ao ataque do que nos tempos de Rogério Lourenço. Porém isso proporcionou vários espaços na defesa rubro-negra, que foram bastante explorados pelo ataque cruzeirense. Encontrar o equilíbrio entre a defesa e o ataque é o grande desafio de Silas à frente do Flamengo. E com uma grande sequência de jogos nos meios e fins de semana, não há tempo para se acertar o time através dos treinamentos. Acho até meio injusto cobrar do Silas se os resultados ruins persistirem nas próximas rodadas, afinal é muito difícil reorganizar uma equipe apenas na base da conversa.

Esse é o momento do campeonato em que os times mais bem arrumados e com melhores elencos vão começar a se sobressair, e infelizmente o Flamengo atual não se enquadra neste contexto. É uma situação muito difícil, mas a torcida rubro-negra vai ter que aceitar a realidade atual. O título brasileiro ficou para traz e agora a luta é para escapar do rebaixamento. Temos que abraçar o time, lotar o estádio (seja ele qual for) e empurrar o Flamengo rumo aos 46 pontos necessários para não cair. É melhor acordar para essa realidade agora do que deixar para faze-lo só quando o time já estiver afundado na zona de rebaixamento.

Por Daniel Marques, editor-chefe do site Flamengo MTM


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