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Mais água que bola

A realização da partida entre Internacional e Flamengo foi uma das situações mais lamentáveis que eu já presenciei em um jogo de futebol. Em determinados locais do campo não se enxergava a grama, só havia água, quase na altura da canela dos jogadores. E mesmo onde o alagamento era menor, de qualquer maneira a bola pouco rolava. Diante deste quadro terrível, o resultado de 0 a 0 era o mais previsível, tamanha a incapacidade dos times criarem oportunidades de gol diante de um campo que mais parecia um pântano.

Ficou bem claro que esta partida nem deveria ter sido disputada, a decisão mais sensata teria sido adiar o jogo para segunda-feira ou outra data qualquer. Preservaria os direitos do torcedor que pagou ingresso e teve que presenciar esse verdadeiro show de horrores. Mas como sempre o poderio da rede de televisão falou mais alto. E os clubes nada podem fazer, afinal tanto eles como a CBF são totalmente submissos aos mandos e desmandos dessa emissora que “banca” o campeonato e muitas vezes adianta dinheiro a alguns clubes. Com isso, audiência saiu ganhando e o espetáculo saiu perdendo.

Sobre o que ocorreu dentro de campo, não há nada o que comentar. A água rolou mais do que a bola. A única observação que acho pertinente fazer é que mais uma vez o Andrade se acovardou jogando fora de casa. Tirou o time do 4-4-2 que vinha obtendo sucesso e o escalou num 3-6-1, com um zagueiro a mais e um atacante a menos. O Adriano jogou o tempo inteiro totalmente isolado, e mesmo com um campo em boas condições talvez fosse difícil o Flamengo fazer gols com essa formação tática defensiva. Mas ficamos só no campo da suposição, pois no meio de tanta água mesmo que o esquema vitorioso fosse mantido dificilmente o placar seria alterado.

Submissão parte II

Já que o assunto submissão dos clubes veio à tona, vale lembrar também outra situação recente em que os clubes se prejudicaram por serem totalmente submissos: a convocação da seleção para os “amistosos de luxo” contra Bolívia e Venezuela. É um crime que, na reta final do Campeonato Brasileiro, os times que brigam por título e vaga na Libertadores percam seus principais jogadores por duas rodadas. Se o Brasil ainda precisasse vencer para ir à Copa do Mundo até seria aceitável. Mas com a vaga já garantida, não haveria a menor necessidade de prejudicar os clubes num momento tão decisivo para eles.

Mas os clubes também têm o “rabo preso” com a CBF: uns para ter o seu estádio na Copa de 2014, outros por já terem pedido empréstimos à entidade, e outros por motivos que ficam nas entrelinhas. No caso específico do Flamengo, a perda do Adriano para os jogos dificílimos contra Vitória (fora) e São Paulo (casa) deve significar o fim do sonho rubro-negro de chegar ao G-4. A tabela até o final do campeonato já é muito complicada, a diferença para o quarto colocado é considerável (seis pontos), e ainda por cima com o desfalque do craque do time em dois jogos “de seis pontos”? É melhor começar a pensar em 2010...

Por Daniel Marques, editor-chefe do site Flamengo MTM


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